Opinião Formada
Quem são os inimigos do meio?
A questão ambiental continua sendo a moda da vez. Em todos os lugares, as discussões a cerca da consciência ambiental, desastres ecológicos, derretimento das geleiras, entre outros, perdura em busca de soluções concretas.
Embora as atitudes simples, e que partem de cada pessoa, contribuam para amenizar a situação, outras de grande relevância como o lixo eletrônico – e-lixo – tornam-se um problema sem solução. Onde descartar resíduos de poluentes como celulares, baterias, pilhas e computadores? Seguir o exemplo dos Estados Unidos que descartam na China seus resíduos? É muito fácil tirarmos o problema do alcance dos olhos, porém até quando isso não repercutirá diretamente nas próprias atitudes? A população chinesa, por exemplo, começa a sentir esses problemas nas águas, por exemplo.
A mídia assume importante papel na retratação destes fatos. A publicidade, por exemplo, enche os olhos dos consumidores com produtos fantásticos e embalagens maravilhosas. A cadeia desenfreada de compra e descarte de produtos, conduzem a 72% de despejo de lixo a céu aberto. Monta-se um paralelo: Das 25 t de lixo que produzimos durante a vida, 18 t são jogadas em lixões sem tratamento adequado ou usinas de reciclagem.
Falar que as atitudes mais simples praticadas pelo ser humano podem contribuir para mudar o mundo, acaba sendo um caso de desgaste da inteligência, se analisado que enquanto a maioria desfruta de casa, comida e roupa para vestir, outros disputam um pedaço de lixo, com ratos, moscas e o odor dos lixões. Disputam alimentos, ou o que sobrou deles, e materiais recicláveis para a venda. Enquanto expõe-se a essas condições precárias, estas pessoas contraem doenças e adquirem graves problemas de saúde.
Por outro lado, se comparar uma senhora que leva sua própria sacola para fazer as compras da semana, e que em casa separa seu lixo, com uma grande indústria, que descarta resíduos em rios, lança poluentes na atmosfera e ainda muitas vezes utiliza-se de mão de obra barata (para não dizer exploratória), pode-se chegar à conclusão que cada um deve tomar sua atitude frente às questões ambientais.
Se publicitários enchem a sociedade de produtos “maravilhosos”, jornalistas não podem deixar isso passar. Devem noticiar os fatos, comprometendo-se com a verdade. Mostrando os impactos ambientais que a sociedade causa. Não achando espaço em seus veículos, apenas quando acontece um grande desastre.
A frase “o futuro do país esta na educação”, aplica-se com certeza também neste caso. Conscientizar e educar a população serão a melhor, e talvez, única forma de mudar a atual situação do mundo. O esforço da senhora que recicla o seu lixo, unido ao esforço da opinião midiática - não submetida a interesses de terceiros - com certeza contribuirão para isso.
Pedro Celso Campos, autor da área ambiental procura retratar a ideia de como conviver com tanto lixo. Segundo ele uma pessoa produz cerca de 25 t de lixo durante toda a vida e que em alguns países ricos esse número pode dobrar. Grandes cidades já sofrem com o acúmulo de lixo e a falta de lugares para a destinação destes. Porém esse acúmulo de lixo deve-se principalmente à consciência ambiental do ser humano. Pedro explica que simples atitudes podem mudar o mundo, como um não ao caixa de um supermercado, quando ele oferece uma sacola plástica.